segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Galeria de Alquimistas

Roger Bacon

Nasceu em Somerset, Inglaterra por volta de 1220. Estudou geometria, aritmética, música e astronomia em Oxford e Montpelier e foi professor de Filosofia na Universidade de Paris entre 1241 e 1247.

Bacon trabalhou na correcção do Calendário Juliano, fez estudos com nitrato de potássio e após várias experiências descobriu a combinação perfeita da pólvora. Descreveu o olho como uma máquina onde se formam imagens, aperfeiçoou instrumentos de óptica, e, após ter compreendido as causas responsáveis pela refracção da luz, foi o primeiro a sugerir que as lentes poderiam ser usadas como óculos.

Foi pioneiro na estruturação do método experimental, como forma de validação da experiência. Propôs novas metodologias de investigação científica e colocou em causa os métodos de ensino praticados pelos Franciscanos e pelos Dominicanos, o que o tornou impopular perante as autoridades eclesiásticas.

Roger Bacon também se destacou pelo seu trabalho de alquimia, prática que, embora condenada pela Igreja medieval, ele exercia em segredo. Ele foi acusado por muitos de convocar os elementos da natureza, criar um espelho que podia revelar o futuro e esculpir um busto capaz de falar. Bacon deu uma enorme contribuição para a arte hermética. Uma famosa citação dele era a que ele comparava o trabalho alquímico com uma horta: mesmo se colhesse o que não pretendia, ter-se-ia cultivado e melhorado a colheita. Descobrira a pólvora, era capaz de acender uma vela com uma lente e seus estudos contribuíram para o desenvolvimento de um telescópio primitivo, que mais tarde seria criado por Galileu. Após seu trabalho ser descoberto pela Igreja, foi perseguido e preso por dez anos. Morreu pouco após sua liberdade ser concedida pela Inquisição, na Inglaterra, com oitenta anos de idade.


Isaac Newton

É um personagem muito importante na história da ciência, principalmente pelas contribuições que deixou para a física e a matemática. Ele foi um filósofo natural, mais ou menos o que hoje chamaríamos de cientista, mas com algumas características próprias de sua época. Além de física, matemática, filosofia e astronomia, estudou também alquimia, astrologia, cabala, magia e teologia, e era um grande conhecedor da Bíblia. Ele e vários outros filósofos naturais do século XVII consideravam que todos esses campos do saber poderiam contribuir para o estudo dos fenômenos naturais. Newton tornou-se muito conhecido por suas realizações. Suas investigações experimentais, acompanhadas de rigorosa descrição matemática, constituíram-se modelo de uma metodologia de investigação para as ciências nos séculos seguintes. Não havia até o século XIX nenhum personagem tão admirado quanto Newton.

Newton gostava de trabalhar sozinho porque tinha medo que descobrissem sua arte secreta: a alquimia. No século 17, os experimentos alquímicos atingiram o auge. Por toda a Europa, vendedores de manuscritos ilegais distribuíam teorias sobre a pedra filosofal e guias para obter o elixir da longa vida. Newton era fascinado por esses objetivos e pela idéia de conseguir achar uma explicação única para todos os fenômenos da natureza. “Ele encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, afirma James Gleick, autor de Isaac Newton. “Os alquimistas trabalhavam como uma sociedade secreta, com medo da perseguição da Igreja”, diz Valadares. Eles usavam pseudônimos e se comunicavam por códigos. O criador da gravitação universal se chamava Jeová Sanctus Unus, um anagrama de Isaacus Neuutonus, seu nome em latim.

O que havia de revolucionário em Newton não era tanto o que ele pensava, mas como pensava. “A ciência do século 17 não é de resultados palpáveis”, afirma o físico Eduardo Valadares. “O que Newton fez foi estruturar uma maneira diferente de ver o mundo.” No século 17, teses não provadas eram tidas como certas – como a idéia de que o Universo era composto de um éter gosmento que envolvia os planetas – e ninguém achava que fosse necessária alguma comprovação. Newton, diferente da maioria dos colegas, não se dava por satisfeito com uma boa idéia. Foi ele quem fez da ciência um sistema de lançar hipóteses que precisam ser verificadas na prática e matematicamente. É assim, usando o método newtoniano, que nós pesquisamos e pensamos hoje. Não à toa, Newton teve como um dos seus melhores amigos o filósofo John Locke, pai do empirismo, segundo o qual a base do conhecimento não era a imaginação, mas a experiência.
 
Paracelso






Na aldeia de Einsiedeln, Suíça, em 17 de dezembro de 1493 (ou em 10 de novembro do mesmo ano; há uma divergência histórica neste ponto), nasceu Phillipus Aureolus Theoperastus Bombastus von Hohenheim. Filho de Wilhelm Bombast, médico e alquimista; e neto de Georg Bombast von Hohenheim, Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros de São João, era um jovem de baixa estatura, gago e corcunda.

Na infância, Theoperastus acompanhava seu pai viajando pelos povoados da terra natal, observando a manipulação das ervas usadas para curar enfermos daquela região. Dessa forma, passou a apreciar a atividade paterna. As primeiras noções sobre Teologia, Alquimia e Latim, foram transmitidas por seu pai. Ainda muito jovem, foi enviado à escola de Beneditinos do Mosteiro de Santo André. Lá, conheceu o notável alquimista, Eberhard Baumgartner.

Formou-se nos estudos tradicionais de sua época e seguiu o caminho profissional de seu pai, estudando medicina na cidade de Viena e concluindo em Ferrara. A partir deste momento, deu início as suas viagens, passando por Áustria, Egito, Hungria, Tartária, Arábia e Polônia.

De acordo com Paracelso, a cura apóia-se em quatro bases distintas: filosofia, astronomia, alquimia e virtus. A filosofia significa: abrir-se ao conjunto das forças naturais, observar essas forças invisíveis na penetração da realidade total e perceber o invisível no visível. A astronomia explica as influências dos astros na saúde e nas enfermidades. A alquimia torna-se útil no preparo dos medicamentos. O termo virtus é uma alusão a honestidade do médico que, através do raciocínio de Paracelso, é uma pessoa em constante evolução e aperfeiçoamento, e deve reconhecer a ação da natureza invisível no doente ou, em se tratando do remédio, como atua no plano visível. Assim, o conhecimento médico tem menos a ver com conhecimento intelectual do que com a intuição.






Paracelso fazia freqüentes associações entre Magia e Imaginação. "O visível esconde o invisível, mas apesar disso conseguimos o invisível apenas através do visível", dizia. Nesse caso, magia significa a ação direta sobre as pessoas e todos os seres, sem ajuda da matéria. Ou seja, o mago é capaz de causar efeitos físicos sem ajuda física.






Sabe-se que Paracelso foi um homem além de seu tempo, além das datas e do pensamento. Seu legado de obras escritas e ensinamentos compõem o que atualmente é chamado de Medicina Experimental. Formulou os primeiros conceitos da homeopatia, farmacologia, medicina psicossomática, psicologia e bioenergética. Um médico esotérico que, como todos os outros "não esotéricos", tinha apenas um objetivo: prolongar a existência humana na Terra.




Nicolas Flamel

Nasceu em 1330 em Pontoise. Após a morte de seus pais, ainda jovem foi trabalhar em Paris como escrivão. Aos vinte e oito anos compra um antigo livro de autoria de Abraham, o Judeu, que continha textos intercalados com desenhos de serpentes, virgens, desertos e fontes d’água. Achou muito intrigante o livro e passou a estudá-lo, descobrindo que se tratava de cabala e alquimia. Nesta época, ele nem sabia o que realmente significava a alquimia. Estudou anos a fio e descobriu que o livro relatava diretamente a Grande Obra, sem contudo indicar a matéria-prima.

Casou-se com Dame Perrenelle, que era viúva, por volta de 1364 e a partir de então consegue uma pequena quantia de dinheiro para se dedicar totalmente a alquimia, quantia esta que a viúva havia herdado do falecido marido. Percorre o caminho de Santiago de Compostela, padroeiro dos alquimistas, e encontra um mestre que lhe passa ensinamentos sobre a matéria-prima. Flamel, a partir de 1380, começa a se dedicar a experimentos alquímicos, consegue produzir prata em torno de 1382 e depois finalmente a transmutação em ouro. Cerca de dez anos mais tarde ao início dos experimentos, começa a realizar um grande número de obras de caridade como a construção de hospitais, igrejas, abrigos e cemitérios e os descora com pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos.

Flamel, apesar de sua súbita fortuna, possuía uma modesta residência e usava roupas humildes. Mas suas vultuosas doações levantaram suspeitas do rei Carlos V que havia proibido, já em 1379, todas as práticas alquímicas mandando inclusive, destruir todos os laboratórios que supostamente fabricasse ouro alquímico. O rei enviou o chefe das finanças para investigar a origem de sua fortuna.

Acredita-se que Flamel tenha sido franco com o emissário do rei, tendo inclusive lhe dado um pouco da pedra filosofal. Este voltou sensibilizado com dignidade de Flamel, nada relatando ao rei e durante muitas gerações a pedra ficou guardada em sua família.
Escreveu “O Livro das Figuras Hieroglíficas” em 1399, “O Sumário Filosófico” em 1409 e   “Saltério Químico” em 1414 .
Relatos mencionam que o casal, aos 60 anos de idade, possuía um aspecto jovem não condizente com as pessoas da mesma faixa etária da época. Flamel faleceu em 1417, porém alguns viajantes relatam terem o encontrado no oriente com sua esposa , após sua suposta morte. Ele teria sido um ser iluminado que quis viver entre os homens.

Acredita-se que todo o relato de Flamel desde o encontro do livro até a peregrinação a Santiago de Compostela e seu encontro com o mestre são alegorias para explicar a matéria-prima e o conhecimento adquirido através do estudo da alquimia.




Nostradamus

Suas profecias ficaram tão conhecidas que chegam a ofuscar o restante de sua obra. Ele foi médico, alquimista e astrólogo. Michel de Notre-Dame nasceu em 14 de Dezembro de 1503 em St. Remy, seu pai era tabelião e seus dois avôs médicos. Foi seu avô, que também era cabalista, que ficou responsável por sua educação, ensinando-lhe desde cedo astrologia. Diplomou-se em Avignon como mestre em Artes, estudando literatura, história, filosofia, gramática e retórica. Sua família era judia e Nostradamus teve que se converter ao catolicismo para fugir da inquisição.

Cursou medicina em Montpellier, onde ingressou com dezoito anos, em 1523. 
Tornou-se amigo de François Rabelais. Recebeu o título de doutor em 1533 e latinizou seu nome para Miguel de Nostradamus. Passou algum tempo viajando pela Europa, onde combateu a peste com métodos contrários aos empregados em seu tempo. Foi convidado por um alquimista, Julius César Scalinger para conhecer suas pesquisas em Tolouse e permaneceu por algum tempo em sua casa. Casou-se com Marie Auberligne, que era uma grande estudiosa e auxiliava Scalinger em seus experimentos. Foi aí que aprofundou seus conhecimentos em Alquimia utilizando a biblioteca escondida, por serem obras proibidas pela Igreja, na casa de Scalinger.

Mudou-se para Ange, próximo a Toulose, atuando como médico. A noite, constantemente ia para a biblioteca de seu amigo estudar as obras proibidas. Teve dois filhos e um trágico desfecho, sua mulher e filhos contraíram a peste e faleceram. Nostradamus ficou desolado e recluso na Bretanha, na floresta de Brocelândia, conhecida como a residência do Mago Merlin. Após isso passou um período de intensas viagens.

Em 1546 combateu novamente a peste, desta vez em Provence onde residia o seu irmão que era prefeito da cidade, obtendo ótimos resultados, utilizou técnicas e conhecimentos que anteciparam em 300 anos as descobertas de Pasteur. Associando a transmissão da peste a microrganismos, desinfetou ruas e casas, queimou os mortos e suas roupas, além de desenvolver medicamentos de animais e vegetais. Casou-se com Anne Posard uma viúva de 27 anos e tiveram seis filhos. Trabalhava durante o dia como médico e durante as noites escrevia as suas professias. Ensinou sua mulher e cunhada a fazerem perfumes que ficaram famosos.

Publicou a primeira edição das Centurias em 1555 e a previsão que o tornou famoso, o anúncio da morte do rei da França Henrique II em um duelo a cavalo, que se concretizou três anos depois. Conquistou a admiração da rainha Catarina de Médicis esposa de Enrique II, obtendo assim sua proteção, conseguindo escapar da inquisição.



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